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Pe. Luilton Pouso, sdb |
Os discípulos de Emaús cansados e desanimados voltam para casa: sonhos e esperanças que de uma hora para outra acabam e a frustração os remetem para onde nunca deveriam ter saído. É bem verdade que a história vivida é fascinante e está sempre pronta a ser relatada a qualquer “estrangeiro” que desconhecia tamanha aventura. Mal sabiam que esse tal “desconhecido” seria o próprio autor do relato que os interpelaria a fixarem o olhar muito além dos fatos para poder perceber, na mística dos acontecimentos, a própria vontade do Pai (Lc 24,13-35).
As Escrituras escutadas com atenção e o partir do Pão, abrem os olhos e fazem perceber aquilo que está à frente e se REVELA como o Senhor. É a própria morte vencida pela contagiante força da Ressurreição: “Realmente, o Senhor Ressuscitou!” (Lc 24,34).
Quando o casal aprofunda na escuta da Palavra e na Meditação colocam-se a caminho e, pela ação do Espírito Santo, o próprio Jesus vem ocupar o Seu lugar nesse diálogo de amor: relação respeitosa de um para com o outro; onde a serenidade faz com que o “coração arda” (como se tivessem um só coração) na busca de um conhecimento mútuo, na celebração do perdão e na realização dos sonhos: como eternos namorados que querem sempre ser.
A prática do DEVER DE SENTAR-SE torna a vida conjugal capaz de testemunhar o sagrado matrimônio com jovialidade e viva esperança. Porque permite que cada um seja reconhecido na sua individualidade e, ao mesmo tempo, contempla o outro no próprio esforço de compreensão, ternura e amor.
Disse-me um equipista sobre esta experiência: “Entendo que o maior desafio dos casais seja de conversar sobre pontos divergentes e torná-los convergentes. Não devemos permitir que a individualidade sobressaia como se a verdade estivesse apenas de um só lado. Não é isso que o dever de sentar-se quer propor; e sim que situações ou atitudes de ambos, precisam ser entendidas, respeitadas e resolvidas. A experiência percorre entre a ‘Tensão inicial’ e a ‘Leveza posterior ao exercício’”.
O olhar de ternura, a escuta atenta e o tempo dedicado ao cônjuge, são para as ENS como elementos constitutivos de um amor que jamais vai se acabar; pois neles residem a garantia de uma chama que sempre permanecerá acesa.
Quem fez a experiência sabe do que estou falando e também sabe que na vida conjugal, esse exercício é “para que Cristo habite pela fé em vossos corações, de sorte que arraigados e fundados na caridade, possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo, que excede toda ciência, para que sejais cheios de toda a Plenitude de Deus” (Ef 3,17-19).
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