SALVE NOSSA SENHORA APARECIDA - UM VIVA ÀS NOSSAS CRIANÇAS

SER CRIANÇA

 

              Dia da criança. Criança amada, querida, acolhida, afagada e adorada. Criança privilegiada por ter uma família, por ter irmãos que lhe querem bem e por ter pai e mãe que lhe ensinam as melhores maneiras de viver e de ser feliz.

              Criança que tem nome, dignidade, respeito e ótima formação. Criança que tem escola para aprender a se socializar e a partilhar seus dons, seus talentos e seus sonhos. Criança que tem cama para dormir, brinquedos para brincar e amigos para amar.

              Criança que aprende as coisas mais belas e mais nobres da vida. Aprende a querer e a não querer. Aprende a distinguir o bom do não bom, o certo do errado, o verdadeiro do falso. Descobre aos poucos o que seja bom fazer e o que deverá evitar. Sua consciência vai se formando sendo acompanhada pelo equilíbrio e maturidade de seus pais.

              Dia da criança. Esse dia nos leva a refletir uma realidade não muito agradável quando se pensa nas crianças de hoje. Como é difícil deixar a criança ser criança! O tratamento que lhe é oferecido não condiz com sua idade, com seu ambiente e com sua condição frágil e insegura.

              As redes sociais a transpõem para o mundo dos adultos. As crianças que trabalham em programas de televisão, novelas, teatros não sobram tempo para brincar, sonhar, fantasiar. Têm horários para ensaios, para decorar matérias e para gravações. Além disso, as cenas que assistem não são educativas para sua idade. Discussões acirradas, brigas encenadas, cenas de traição e outras que prejudicam enormemente a formação de sua personalidade.

              Dia da criança. O que dizer dos meninos e meninas de rua? Crianças geradas no sofrimento, na revolta e na insatisfação! Crianças jogadas na rua sem o carinho de um pai e de uma mãe. Essas crianças aprendem logo cedo a conviver com a fome, o abandono e a violência.

              Crianças impedidas de vestir uma roupa bonita como as outras vestem. Crianças impedidas de sentar à mesa e comer comidas gostosas como outras comem. Crianças impossibilitadas de entrar num carro e passear como outras passeiam. Crianças impedidas de entrar numa escola e estudar e brincar como outras estudam e brincam. Crianças impedidas de entrar numa igreja e rezar como outras rezam.

              Dia da criança. O Mestre dos mestres entendeu essas crianças, todas as crianças. Amou e acolheu. Abraçou e abençoou. E, diante dos adultos que questionavam seus gestos, disse num tom severo para eles e meigo para elas: “Deixem as crianças vir a mim. Não lhes proíbam, porque o Reino de Deus pertence a elas. Eu garanto a vocês: quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele” (Mc.10,14-15).

              Esse Mestre Jesus Cristo fez isso porque ele mesmo sofrera na carne o ter nascido na pobreza de uma manjedoura e ter sofrido o amargo do exilio logo ao nascer. E quer agora que não aconteça para mais ninguém, mas que todas as crianças tenham o aconchego de um lar, o carinho de um pai e a ternura de uma mãe.

              Deus abençoe nossas crianças!    Frei Venildo Trevizan